E eu que acalentava há séculos o sonho do cabelo curto, resolvi tomar coragem e partir pra empreitada. Se não em Londres, onde ninguém liga pra como você aparenta, onde? Se não agora, quando?
Então resolvi fazer isso da maneira mais típica possível - servindo de hair model. Sim, cortar o cabelo a custo baixo (no meu caso, a custo zero, porque eu tinha um voucher) em uma escola de cabeleireiros. Fui no renomado Tony&Guy.
Achava eu que ia chegar lá, ia ser chamada pelo nome, ia cortar o cabelo e ia embora. Engano dos brabos. Fila enooorme de gente pirangando pra cortar o cabelo. Primeiro, lê as instruções e assina um papel, ciente que a coisa pode dar (muito) errado. Depois vai pruma espécie de triagem, e fiquei felizinha de ir pra "big room", que não sei por que me pareceu melhor do que a "small room".
Minutos infindáveis até que surgissem os professores (cabeleireiros moderninhos, a minha tinha cabelo pink-desespero e bolero de oncinha) e os alunos (um monte de japoneses esquisitééérrimos). Medo. Muito medo.
Claaaro que o meu japa tinha q ser o mais esquisito. Cabelo laranja, sobrancelha rosa, inglês inexistente, 18 anos, 1º corte de cabelo da vida. Hein? Sim, bateu um medinho, mas o cabelo cresce, o que pode dartão errado?
Não parecia tão simples pra brasileira q tava no meu lado (ai, como tem brasileiro no mundo!), que ficou com cara de desesperada durante 2h50 e só foi relaxar nos 10 minutos finais. Eu achei graça de tudo, menos de perder meu tempo precioso em Londres por causa de pouco dinheiro. Primeira e última vez, porque tava quase eu mesma pegando a tesoura pra mostrar ao meu japa como é q se fazia para pelar meu cabelo pela metade.
Ah, um fofo ele. Dai-Xin, com quem desenvolvi uma conversa do tipo Mim, Tarzan, Você, Jane. Pegava no meu cabelo com tanto cuidado que dava pena. Cortou com tanta atenção que eu já não agüentava esperar. Mas fez shiatsu enquanto eu perdia a paciência, escreveu numa maquininha tradutora que sentia muito de me fazer esperar e me deu ao final um livrinho japonês de histórias em quadrinhos. Mas nada muda o fato de que tinha 18 anos e era o primeiro corte da sua vida. Quem me salvou foi a professora, Efi, menos pelo fato de que ela ficava dizendo que tava lindo meu cabelo armado como se fosse a Simone/Elba Ramalho/Gal Costa. "Tá super na moda", ela me dizia. Ou seja, não ficou bom, e saí glamourosa pela Orford Street tentando desarmar o circo na minha cabeca. Rindo muito, sozinha.
Dias depois... A redenção parisiense no Armand e sua tesoura mágica (leiam no post abaixo).
Na universidade, minha chegada triunfal atrapalhou a aula com direito a um sonoro “ooooh”. Meu amiguinho russo tomou susto tão grande que apontou pro meu cabelo e deixou cair o queixo. Delicado que só ele, emendou depois: “Quem fez ‘isso’ com você?”. Valeu a força.
PS. Aceitam-se palavras de conforto.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
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4 comentários:
Cabelo faz parte da categoria tudo-passa, igual uva-passa, ferro-passa, soluço-passa e tesao-passa...desencana e seja feliz. Diga para o povo em Londres que é a última moda no Brasil (inclusive uma amiga sua contou que Gisele Bundchen está realmente pensando em aderir) ou se for ao Brasil, diga que é a última moda em Londres. Vai fazer escola, vc vai ver!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! É impressionante como vc consegue melhorar o q já estava bom... Qd eu crescer, quero escrever igual a vc. Saudade, saudade, saudade! Bjs.
Ah!!! Vc tá linda assim... aliás, vc È linda!
ô Mel,
Cabelereiro.... sei bem como é isso, tive algo parecido!!!! rssss... mas agora o cabelo tá crescendo de novo! :)
Estou adorando ler o blog de vocês, hoje resolvi deixar minha marquinha aqui!!!
beijo grande!
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