sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Brasileira, eu sou - 2

Eu gosto de Carnaval e adoro a Bahia, mas minhas contribuições para o estereótipo de brasilidade não vão muito além.

Para decepção da comunidade internacional, eu também não gosto de caipirinha (prefiro caipirosca), não gosto de futebol (sou torcedora apenas em Copa do Mundo), não bebo café puro (mas adoro capuccino) e não ando só com brasileiros no exterior (o que para alguns é praticamente uma heresia).

Mesmo assim já tive de ajudar a fazer caipirinha, rabanada e brigadeiro, com cara de autoridade no assunto. Logo eu, para quem não cozinhar é praticamente uma bandeira de protesto!

Expatriado é um embaixador do seu país. No meu caso, involuntário.

Não sei explicar por quê, mas caí de pára-quedas numa noite de lambada para gringos. E, naturalmente, fui um fragoroso desastre no quesito desenvoltura no salão. Minhas habilidades de outrora não valiam muito diante da coreografia familiar a todos os demais. Antes de ser apresentada como brasileira legítima, curti um anonimato que me valeu o seguinte conselho:

- Esta é uma dança brasileira.
- Really?
- Tenha calma. Na lambada, é melhor fazer os passos atrasados do que adiantados. Eu conheço o Brasil. E os brasileiros fazem tudo atrasados.
- Ahahahah.

Só rindo. Quem não riu foi o gringo quando finalmente descobriu minha identidade secreta.

10 comentários:

Unknown disse...

Só isso??????? Quero mais! Quero textos "intermináveis até q os olhos mudem de cor", kkkkkkk!!! Escrevam, escrevam!!! Bjus!!

Anônimo disse...

No meu caso, tive mais sorte: assumi o espírito "Brasileiro, eu sou" e consegui receber elogios dos meus companheiros de olhos puxados durante um soccer comemorativo.

Vale deixar claro que isso JAMAIS aconteceria em terras tupiniquins.

Anônimo disse...

Essa e' a vantagem de ser brasileiro no exterior (ou entre estrangeiros, em qualquer lugar): os gringos acham nossa brasilidade o maximo, mesmo que nosso desempenho/habilidade seja um fracasso entre os compatriotas. Como vc acha que minha caipirinha fez sucesso em Londres??

Anônimo disse...

gente, deve ser muito difícil, ou mesmo chistoso, lidar com essa visão estrangeira da brasilidade. kkkk ótimas histórias.

Anônimo disse...

Melissa,
Adorei a idéia e o seu blog... Assim teremos sempre notícias suas e poderemos acompanhar o seu visual, que vem mudando a cada mês;-)
Be4ijos,
Aninha

Anônimo disse...

Pois é querida...vc tá virando inglesa mesmo...Se bem que eu fiquei super feliz ontem e hoje também, porque apesar do granizo, achei a temperatura boa (por volta dos oito graus, assim como em Londres). Mas te digo uma coisa, não troco nossa terrinha por estas terras gélidas não.
Feijoada, carne boa e sol passam longe de Wales!
Beijocas e bom estudo..
Aninha

Anônimo disse...

Melissa, passei também por um histórico momento "brasileira eu sou" quando um DJ em Tóquio colocou um axé qualquer e todos os meus amigos gringos exigiram samba! Não sei sambar, sequer gosto de samba, mas a outra única brasileira do grupo deu a dica: "E você acha que alguém aqui vai saber o que é samba?" Ou seja, "sambamos" o resto da noite, foi um sucesso total! No Japão, eu sei sambar!!! hahahahaha

Yuri Beltramin disse...

Quem diria ... Melissa de Andrade na cozinha???? COMO ASSIM???? aaaafffff... srsrsrsrsrs
Espero que as historias fiquem cada vez mais engraçada, inesperadas .... otimooooo Beijos

Manuela Allain Davidson disse...

Amei o mote do blog, Mel! :D Dá pra ver que ainda vem muita história legal por aí ;) Os textos estão divertidíssimos!! E eu acho que nunca passei por nada disso - mas tb sou muito lesa. Da próxima vez que virar expatriada, vou prestar mais atenção no furor da nossa brasilidade, hehe!

Ah! Pra não dizer que nunca fui estereotipada, quando falei na Inglaterra que adorava comer coração de galinha em churrasco, quase que meu ex-chefe vomita, heheh. Mas como todo bom e elegante inglês, ele engoliu seco e falou a todos ao nosso redor da exótica delicacy brasileira.

Da proxima que vcs forem pra cozinha, que tal incluir o ingrediente nas receitas, hehe! Depois me conta o resultado! Bjo

alcindo queiroz disse...

Querida Mel,
Estou a chorar de rir. Uma: por me colocar no seu lugar - ser Brasileiro é uma saga Spilberguiana fora do nosso terceiro mundinho e estou revivendo na memória meus dias de glória na terra de Tio Sam - bem que eles demoravam a dizer que eu era brasileiro - com essa cara de indiano misturando com italiano pobre e sorriso de mouro, mas assim que descobriam tinha que ensinar até capoeira. Outra: sempre tinha lugar pra mim no soccer....
Se precisar de algumas receitinhas brasucas, estou aqui! Afinal nao foi fácil fazer feijoada em NYC com feijão indiano e anilina preta (;*)... hehehhehehhe.
bjos. Divirta-se!