Passando uma curtíssima temporada no Brasil, resolvo reunir todos os meus amigos e amigas em São Paulo (todos nessa faixa etária cinzenta dos 27 aos 30 e poucos) em um único grande evento. Assim, pensei: poupo tempo e agilizo as baladas, já que a minha passagem por São Paulo é para fazer pesquisas para a minha tese. Chego toda animada, cheia de novidades de Paris e qual é a minha surpesa? O grande grupo de amigos e afins se dissolveu de forma nada amigável. Recebo todas as informações via janelinhas individuais de msns e e-mails. Haja coordenação!
Uma amiga, mais diplomática, diz: "Não temos saído mais tanto juntos. Ando sem pique".
Outra, do mesmo ex-grupo, é mais explícita: "Eu e fulana não nos falamos mais. A fulana também não fala mais com o beltrano. Ah, e eu também não tenho quase falado mais com ele."
Uma terceira: "É melhor não reunir todos nós numa única mesa. Corre o risco de acabar virando um programa do Ratinho".
Uma quarta é taxativa: "Se ela for na boate, eu não vou. "
Eu, estupefata, pergunto: "Como assim vocês não podem ficar juntos nem em um ambiente com 300 outras pessoas?" Não há resposta.
-A terceira responde: "Ah, sei lá, o maior clima pesado."
-Eu: "Vcs estão de mal? É isso?"
-A terceira: Ah, é a vida, coisas da vida, opiniões.
-Eu: Ué, mas há anos sempre houve briguinhas bestas, mas nunca houve esse gelo total. Assume: vcs estão de mal? É isso, todos com 30 ou quase lá e resolveram ficar de mal. Não acredito! Vocês cortaram o dedinho também para simbolizar o gesto? Quando vocês vão ficar de bem?
A terceira: Ai, Cíntia. Tá bom, é isso. Estamos de mal.
Um quinta pessoa no ex-grupo resolveu contextualizar: "Na verdade, desde 2004 que não nos damos tão bem, agora que estou com 30, resolvi escolher melhor as minhas amizades".
bônus: Para não ter que bancar a Silvia Poppovic numa mesa-redonda de baixarias, fui obrigada a organizar mini eventos com uma lista previamente definida e com a pergunta constrangedoda: "Você ainda fala com tal pessoa?".
Mais uma revelação bombástica: 30 é o novo 3.
sexta-feira, 7 de março de 2008
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4 comentários:
30 é o novo 3 só na sua cabecinha de 3. Com 30 anos as pessoas já sabem com quem querem conviver, têm opiniões diferentes e se afastam umas das outras por opção. E ponto. Ninguém fica de mal nessa fase da vida, assim como ninguém fica sonhando que vai continuar se reunindo no parquinho para sempre, só para brincar.
Se situa, minha filha. E vê se cresce.
Felipão, meu caro, és algum botafoguense desiludido e mau-humorado? rs.
A autora tão somente expôs a sua opinião sobre o desconforto pelo qual passou ao ter que promover diversas reuniões para confraternizar com amigos outrora queridos!
Eu concordo contigo: é humanamente impossível, à medida em que se vive, se amadurece e se tem opiniões, dogmas e convicções, não se afastar de determinadas pessoas por opção. Concordo também que o afastamento não é motivo para dramas existenciais, basta apenas aceitar que a vida pode nos levar a lugares e idéias bastante diferentes, a todo momento, fazendo com que o amigo de hoje seja a desavença de amanhã.
Eu mesmo, tido como bonachão e o "amigão da galera" do grupo da escola onde conheci a Cíntia já tenho o meu rol de desafetos neste grupo. Infelizmente, nem Jesus Cristo conseguiu agradar a todos.
Não vou entrar no mérito do porque da sua veemente indignação com a Cíntia, pois o teor do seu comentário deixa evidente que a crítica não é ao texto e sim à escritora.
Entretanto, este é um espaço democrático e, principalmente, acessados por aqueles que têm bastante apreço por Cíntia e Melissa.
Seria de muito bom tom que você tivesse uma postura mais ética e adulta, sem aparentar que você é o verdadeiro dono da cabecinha de 3 anos.
Em tempos de coexistência virtual, você pode, embora não tivesse tido a ombridade de sequer deixar seu e-mail no comentário - pensando bem, será que seu nome é mesmo Felipe? - estar fechando portas.´
Isto é só apenas um conselho de quem vive diariamente a Internet, como profissional e usuário, e detestou o tom petulante de seu comentário.
Um forte abraço e seja feliz!
O meu riso de satisfação pelo belo texto da Cíntia (amiga da minha irmã do coração Melissa) foi desfeito pela inadequação do comentário (para não dizer do comentarista que se identificou como Felipe). Esse espaço é uma maneira de estarmos mais próximas (os) de duas pessoas muito queridas e que são profissionais excepcionais, basta ler um dos textos e comprovar. Isso se o leitor tiver sensibilidade, claro. Não nos interessa ter entre nós, leitores do blog, uma pessoa sem senso de humor, sem maturidade e sem uma visão ampla do mundo. Espero, e acredito que essa é a mesma opinião de todos os que conhecem as meninas e sabem como elas são maravilhosas, que pessoas como essa que se identificou como Felipe tenha ao menos a noção de quando e onde são bem vindos. Beijos a todos e um muito especial para Cíntia e Mel.
É isso aí pessoal. Falem mal, mas leiam o blog! :D Bjs!
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