quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Em prol do anti-Dia dos Namorados

A quem interessar possa, hoje é Valentine’s Day. Por um dia a juventude deixa de se dividir entre os que têm 30 e os que ainda estão na casa dos 20. Hoje a solidariedade é o lema. Não importa a idade, somos os que têm ou os que não têm alguém para encontrar logo mais à noite.

O bloco democrático dos desacompanhados inclui os solteiros de fato e os de circunstância. Ou seja, aqueles para quem o amor existe, mas não pode ser concretizado hoje por motivo de força maior – o(a) amado(a) não está na cidade ou ele/ela deixou o(a) amado(a) para vir estudar/trabalhar em Londres, por exemplo.

Tentei me blindar com o pensamento positivo de que Dia dos Namorados é mesmo em junho, e este 14 de Fevereiro não tem importância, mas pela reação dos meus amiguinhos não fui muito convincente. A comunidade internacional não tarda em consolar os corações partidos.

Ninguém fica imune à sensação de que é o ultimo ser sem alguém pra chamar de seu. Passado o Natal, começaram as propagandas maciças e a decoração extravagante nas vitrines. E as centenas de rosas em todos os lugares da cidade não transmitem mensagem alguma de amor, mas gritam às solteiras que, sorry, este ano não tem flor pra você, darling. (Sempre resta a esperança, porém, de um admirador secreto tardio. Alô, ilusão!)

O mais divertido não é o que oferecem as festas para os enamorados, que estes estão com a vida ganha mesmo e vão se aborrecer em filas nos restaurantes com serviço a desejar (assim esperam os solteiros). A irreverência está nas celebrações anti-Valentine’s.

Catarse anti-romance
Aqui perto de onde moro tem a festa dos Discos do(a) Ex-namorado(a). É pra levar – e quebrar – os álbuns preferidos daquele que já mereceu todo o seu amor e carinho. Uma homenagem àquele namorado que se orgulhava da comunidade no Orkut "Quer romance? Leia um livro". Dress code: camisas do tipo “Eu nunca te amei mesmo”.

“Mó deprê” e “Abaixo o namoro” são duas festas que prometem, se vocês me permitem fazer tradução livre. No hit parade, todas as piores e melhores canções de dor de cotovelo e de ódio pós-romance. Tem uma boate que vai promover concurso dos piores poemas de amor. Haja amargura no coração.

A verdade é que cupido não escolhe lugar: eu já fui prum show de comédia num 12 de Junho e saí com um namorado.

Pra quem ainda acredita que o amor é lindo, ou que acha que uma pegação vai salvar o dia, bar brasileiro vai fazer a festa do sinal, aquela em que você veste vermelho, amarelo ou verde a depender do seu grau de aceitação da abordagem alheia. Outro vai fazer a festa do cadeado, aquele em que são distribuídos cadeados e chaves e a graça, pra quem acha, é descobrir quem é o seu par.

Na dúvida, uma colega minha desenvolveu uma estratégia esquisita. Acreditando piamente que rapazes se interessam mais por mocinhas comprometidas, rejeitou o convite de amigos para uma festinha caseira e não vai sair de casa hoje à noite. Nem vai entrar na internet. Tudo pra os pretendentes pensarem que ela está num date. Acha que assim garante o próximo Valentine’s Day. Eu disse que, nesse nível de (im)probabilidade, rezar pra Santo Antonio dava mais futuro. “Santo quem?”


Enquete
Amiga do blog recebeu convite de última hora e pergunta: um date no Valentine’s Day é um pedido de namoro? Se sim, e o mocinho iraniano em questão levar o assunto à tona justamente no encontro de hoje, pega mal dizer ‘não’?

Quem não tem cão caça com gato. Persa.

5 comentários:

Yuri Beltramin disse...

Acredito que o AMOR, não tem hora, lugar,idade, religião e nacionalidade... quando o coração bate mais forte, fazemos e falamos coisas que até o Santo duvida.

Ex. O mocinho vê uma oportunidade de puxar um papo e solta:

-Qual mulher resiste a uma lojinha?!

Putz!!!!!!! 2 mim de silêncio ... essa foi f*!@, mas pela magia do amor, acreditem funcionou... UFA!!! Isso que eu chamo de Amor em Potencial!

Ficos, “Beliscos” (aprendi há pouco tempo com mocinha de São Paulo), Rolos, ... chamem de qualquer nome, ou dêem qualquer rotulo, mas não percam a fé e continuem acreditando no AMOR, pois esse sentimento é lindo e muito forte, capaz até de transformar pessoas ... mesmo que sejam em bobos apaixonados, rsrsrsrsrssr!

Yuri Beltramin

Unknown disse...

KKKKKK Adorei anti-dia dos namorados! Só sei de uma coisa: quem fica parado é poste! Neste dia o melhor mesmo é se jogar e tentar se divertir. Boa sorte pra sua amiga. beijos

Adriana Santana disse...

mel, como sempre, seu texto desce redondo. leitura obrigatória quando minhas babies deixam. beijos.

Mandrey disse...

ih, Mel, e se eu te disser que descobri no google que no IRÃ aquele estandarte para janelas é um dote de casamento?

Esse "date" do Valentine's Day pode terminar com alguém de joelhos segurando um anel e outro alguém com cara de "ah, que diferente!"

MHUAHAHAHAHA!!!

Unknown disse...

Diiiiiiiias tentando postar um conetário... Será q ele vai agora??? Como sempre, adorei os textos (no plural mesmo pq já li o posterior a esse). Saudade e bjus!!!!